Por Rogério Silveira Jr. – Bill
Publisher Mundo EQX
Se até 2015 a digitalização das cabines de cinema, com seus projetores, processadores de áudio e servidores de última geração, era o foco, agora exibidores olham para outro ambiente: o foyer dos seus cinemas. E ali que o consumidor é recebido momentos antes de assistir ao seu filme. Por mais que se veja ali materiais dos filmes, cartazes, pilares adesivados e outros “atrativos”, ainda existe a necessidade de exibidores observarem o tamanho do potencial desse ambiente na influência das três grandes variáveis do varejo: fluxo, taxa de conversão e ticket médio. E é aí que entra a sinalização digital, que consiste no posicionamento estratégico de displays pelo hall do complexo, em conjunto com uma gestão e produção inteligentes de conteúdo com objetivo de informar melhor o ‘cinespectador, fidelizá-lo e, claro, aumentar vendas.
Já há inúmeros cases no mercado internacional e os primeiros no Brasil começam
a aparecer, mostrando que uma comunicacão eficiente alavanca vendas. E tratar isso estrategicamente é fundamental no mercado competitivo que temos hoje.
Essa alavancagem pode acontecer por fatores que impactam variáveis de médio e longo prazo como awareness e fidelização, mas também por aumento de conversão efetiva no momento que o consumidor é impactado pela mensagem como a decisão de compra do ingresso do filme A ou B e também na bombonière, com combos e outros produtos de alta margem para o exibidor.
Hoje, esse expedientejá é largamente utilizado pelo mundo nos mais diversos negócios: de locadoras de automóveis a hotéis de luxo, passando por parques, bancos e hospitais. No Brasil, apesar de incipiente, a sinalização digital finalmente dá sinais que vai decolar.
Em eventos que visitei no exterior nos últimos anos como a Digital Signage Expo e a própria CinemaCon, vemos diversos produtos e serviços que reforçam a tese de que otimizar a comunicação com o público no cinema antes dele entrar na sala é um grande negócio.
Voltando ao ambiente dos cinemas, os displays se mostram como parte importante da estratégia de resultados de distribuidores e exibidores. Os primeiros podem aproveitar displays digitais de cartazes, vídeo walls e outros para exibir informações sobre os filmes com
um apelo muito maior do que um mero cartaz impresso provoca no espectador. O ambiente é ideal, afinal, ali está o consumidor definindo o que vai assistir no momento e em paralelo planejando os seus próximos filmes a “consumir”.
Já o exibidor deve aproveitar estrategicamente o DS para incrementar aven- da antecipada de filmes, programas de fidelidade e, claro, bombonière.
Do ponto de vista tecnológico, hoje já existem soluções que preveem a gestão remota de conteúdo, integração com venda de ingressos e bombonière, sincronização de telas, interações por meio de câmeras, uso de QR codes, redes sociais e várias outras. O grande desafio agora é criar um modelo de negócios onde o exibidor tenha a segurança de equipar seus complexos sabendo que é possível monetizar esses displays, além do resultado de bilheteria e bombonière como com ações de publicidade e trade marketing.
Assim deve ser enxergada a sinalização digital. Muito além do que substituir um postercase por uma “TV”, mas sim um display digital que, se bem utilizado, é uma ferramenta poderosa para incrementar resultados no ponto de venda.